sábado, 20 de agosto de 2022

Museu Carlos Costa Pinto promove a palestra sobre Antônio Rebouças e a Arquitetura Moderna na Bahia nesta quinta-feira (25.08)


O evento gratuito comemora os 100 anos (1922-2022) de nascimento do arquiteto, engenheiro, artista e designer baiano, Antônio Rebouças (1922-2013), conta com o palestrante professor doutor pela FAU/UFBA, Nivaldo Andrade, e participações da professora doutora pela Universidade Politécnica de Valencia (Espanha) e ex-diretora da EBA/UFBA, Nanci Novais, e do artista visual Bel Borba

 


‘Antônio Rebouças e a Arquitetura Moderna na Bahia’ é o tema da palestra proferida pelo professor da FAU/UFBA e pesquisador, Nivaldo Andrade, às 17:30h desta quinta-feira (25.08), no Museu Carlos Costa Pinto (Av. Sete de Setembro, 2490 - Corredor da Vitória), como comemoração pelos 100 anos de nascimento do arquiteto, engenheiro, artista e designer baiano, Antônio Rebouças (1922-2013). A palestra trata do segundo capítulo do doutorado do professor Nivaldo no Programa de Pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Federal da Bahia (UFBA).



“A tese analisa a arquitetura moderna produzida na Bahia entre 1947 e 1951 e a sua contribuição para a arquitetura moderna brasileira”, explica Nivaldo Andrade. Segundo ele, o Escritório do Plano de Urbanismo da Cidade do Salvador, o famoso EPUCS, foi nesse período a principal instância de planejamento urbano e elaboração de projetos para a capital baiana, capitaneado de 1942 a 1947 por Mário Leal Ferreira e, depois, pelo arquiteto Diógenes Rebouças. E é nesse contexto que está inserido Antônio Rebouças.



  

ITABUNA e 100 ANOS Nascido em Itabuna (1922), o escultor, decorador, engenheiro e arquiteto e designer, Antônio Rebouças também foi designer de móveis de madeira e metal. Em 1930, vai para Salvador, onde se forma em engenharia. Em 1940, começa a pintar, como autodidata. Na década de 1940 integra o EPUCS. Entre 1961 e 1962, faz parte do programa Artistas em Residência, na Alemanha, onde realiza exposições coletivas e individuais. Além da Alemanha, participou ainda de coletivas em Salvador, Belo Horizonte e São Paulo.

 

“Neste ano de 2022 se completam os 100 anos de nascimento do meu pai e não poderia deixar de celebrar com participações tão honrosas, como a pesquisa do professor da FAU/UFBA, Nivaldo Andrade, a professora da EBA/UFBA, Nanci Novais e o artista Bel Borba, em um local tão especial como o Museu Costa Pinto”, relata Adelina Rebouças, filha caçula do homenageado. Adelina também é detentora de um acervo inédito deixado por Rebouças com quadros em acrílica e esculturas em madeira e bronze. Dois quadros desse acervo estarão em exibição na palestra desta quinta-feira (25).

 

EPUCS e QUALIDADE “Frente às fragilidades do único curso de graduação em arquitetura existente na Bahia, oferecido na época pela Escola de Belas Artes, o EPUCS se transformou também no principal centro de formação de uma geração de técnicos que assumiram papel de destaque no mercado profissional baiano pelas décadas seguintes e tem uma participação decisiva na autonomização do campo arquitetônico na Bahia”, completa o professor Nivaldo Andrade.

 

Nivaldo lembra que muitos arquitetos modernos da escola carioca passam a atuar na Bahia nesse período, muitas vezes a convite do próprio EPUCS, resultando em intenso intercâmbio de ideias e referências. “Esse é o contexto onde estão inseridos Antônio Rebouças, a redemocratização do Brasil, o chamado ‘renascimento’ da Bahia promovido pelo então governador Otávio Mangabeira e a eclosão da arte moderna na Bahia, resultando em um numeroso conjunto de obras e projetos de elevada qualidade”, finaliza o pesquisador.

 

A palestra é gratuita e o Costa Pinto funciona como fundação criada pelo seu mentor, Carlos Costa Pinto e sua esposa Margarida Ballalai de Carvalho Costa Pinto. O projeto (1958) da casa onde está o Museu é de autoria dos arquitetos Euvaldo Reis e Diógenes Rebouças, em estilo Colonial Americano. Atualmente o Costa Pinto detém acervo com mais de 3.170 peças, retratando a opulência da aristocracia baiana. O museu é contatado via telefone (71) 3336-6081 e instagram @museucostapinto . Contatos com o Acervo Antônio Rebouças, via (71) 99305-2885 e instagram @a.reboucas100 .

 

Em 19.08.2022

Jornalista Geraldo Moniz de Aragão (1498-mte.ba)

geraldo.monizcomunicacao@gmail.com, 071 99102.7394

ACERVO INÉDITO do escultor modernista, Antônio Rebouças pode vir a público


Um acervo inédito de 40 quadros em acrílica e cerca de 20 esculturas do escultor baiano, Antônio Rebouças (1922-2013), estão sendo catalogados em Salvador. Neste ano (2022) comemora-se justamente o seu centenário de nascimento e o Centenário da Semana de Arte Moderna de São Paulo. Antônio Rebouças era irmão do famoso arquiteto modernista baiano, Diógenes Rebouças (1914-1994), que construiu a Avenida Contorno, o antigo estádio da Fonte Nova, Hotel da Bahia, Escola Parque e tantas outras edificações em Salvador.


Trata-se de acervo inédito de Antônio Rebouças que nunca foi exposto, visto pelo público ou comentado por críticos e especialistas. Depois do falecimento do pintor, sua filha caçula, Adelina Rebouças, proprietária do acervo, iniciou o levantamento de toda a coleção e a produção inédita do pai é considerada surpreendente.


"Os quadros pintados por ele dos 85 aos 91 anos de idade, quando faleceu, parecem produzidos por um jovem com 20 anos devido ao vigor e energia, mas claro, com o domínio de mestre que ele era", explica Adelina. Ela informa que o acervo particular do artista deve compor uma exposição ainda este ano, junto a um seminário com professores, pesquisadores, críticos e estudiosos do modernismo baiano.

 

Para os especialistas a obra de Rebouças representa também questões mais profundas sobre sua personalidade inquieta. Com temperamento forte, Antônio Rebouças participou do icônico EPUCS (planejamento urbano de Salvador na década de 1940), Móveis RALF e Petrobras/Mataripe, mas sempre se desligou dessas equipes devido a conflitos que provocou. Esse forte temperamento também é evidente em toda coleção.

 

O crítico baiano Reynivaldo Britto já havia publicado que Rebouças era um homem de “difícil relacionamento”, demostrava grande indignação com o mercado de arte e não se envolvia com marchands e galeristas. Quando seu estado de saúde se agravou, sua filha caçula foi cuidar dele. Nada disso o impediu de produzir incessantemente até os últimos anos de vida.

 

E é justamente este acervo (FOTOS) que está sendo catalogado e prestes a ser revelado para o público local e nacional! Vamos aguardar!

 

Em 03.06.2022

Jornalista Geraldo Moniz de Aragão (1498-mte.ba)

geraldo.monizcomunicacao@gmail.com, 071 99102.7394